EBD ADULTOS | Lição 5 - Os Inimigos do Cristão | 2° Trimestre de 2024 (2024)

TEXTO ÁUREO

Se vivemos no Espírito, andemos também noEspírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros,invejando-nos uns aos outros” (Gl 5.25,26)

Entenda o Texto Áureo:

- Todoo cristão tem a presença do Espirito Santo que habita nele (Rm 8.9; 1Co6.19-20) como a força individual para viver de maneira a agradar a Deus. Aforma do verbo grego traduzido por "andemos"indica uma ação continua, ou um estilo de vida habitual. Andar também implicaprogresso; quando um cristão se submete ao controle do Espirito - ou seja,responde em obediência aos verdadeiros mandamentos da Escritura — ele sedesenvolve em sua vida espiritual (Ef5.18; G 3.16). Uma nota sobre a segunda parte do versículo: Carne.Não é simplesmente o corpo físico, mas inclui a mente, a vontade e as emoçõesque estão todas sujeitas ao pecado. Diz respeito, de maneira geral, a nossahumanidade não redimida (Rm 7.5; 8.23;cf. v. 1 3).

VERDADE PRÁTICA

Na jornada dafé há inimigos que tentam nos atrapalhar: o Diabo, a Carne e o Mundo; mas emCristo somos mais que vencedores.

Entenda a Verdade Prática:

- Em nenhum lugar da Bíblia temos apromessa de que a pessoa que vive segundo os princípios do cristianismo tem umavida imune a lutas e dificuldades. Pelo contrário, o texto sagrado está repletode passagens que confirmam que o cristão, enquanto estiver vivendo na terra,estará sempre sujeito a ataques provenientes de três fontes inimigas: o mundo(Hb 12.1), a carne e o diabo.

LEITURA BÍBLIA EM CLASSE

Romanos 6.11-14; 1 João 2.15-17

Romanos6

11. Assim tambémvós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em CristoJesus, nosso Senhor.

- Assim também. Implica a importânciade o seu leitor saber o que ele acabou de explicar. Sem esse fundamento, o queele está prestes a ensinar não fará sentido. A Escritura sempre identifica oconhecimento como a base para a prática de uma pessoa (cf. Cl 3.10). considerai-vos.No original, apesar de significar, simplesmente, contar ou numerar algo, essapalavra foi mui ousada de maneira metafórica para se referir a uma certezaabsoluta e sem reservas no que a mente de uma pessoa sabe ser verdadeiro — otipo de confiança sincera que afeta as suas ações e decisões. Paulo não está sereferindo aos jogos da mente, nos quais nós nos enganamos ao pensar dedeterminada maneira. Mais precisamente, ele está nos persuadindo a aceitar pelafé o que Deus revelou ser verdade, mortos para o pecado. Veja vs. 2-7. emCristo. A expressão favorita de Paulo a respeito da nossa união com Cristo.Essa é sua primeira ocorrência em Romanos (Ef 1.3-14).

12. Não reine,portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe obedecerdes em suasconcupiscências;

- corpo mortal. O únicodepósito restante onde o pecado encontra o cristão vulnerável. O cérebro e seusprocessos do pensamento são parte do corpo, e assim, tentar a nossa alma comseus desejos pecaminosos (Rm 8.22-23; 1Co 15.53; 1Pe 2.9-11).

13. Nem tampoucoapresenteis os vossos membros ao pecado por instrumentos de iniquidade, masapresentai-vos a Deus, como vivos dentre mortos, e os vossos membros a Deus,como instrumentos de justiça.

- ofereçais. Refere-se àuma decisão da vontade. Antes que o pecado possa ter poder sobre um cristão,ele deve, primeiramente, passar pela vontade dele (cf. I:p 2.12-13). osmembros. As partes de seu corpo físico, lugares a partir das quais opecado opera no cristão (Rm 7.18,22-25; cf. 12.1; 1Co 9.27). instrumentosde iniquidade. Aqueles usados para fazer o que viola a vontade e a leisantas de Deus.

14. Porque opecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixoda graça.

- o pecado não terá domínio.O pecado deve poder exercer controle sobre o nosso corpo, pois se não fosseassim, a admoestação de Paulo seria desnecessária (v. 13). Porém, o pecado nãotem de reinar nele; então, o apóstolo expressa a sua confiança de que aquelesque estão em Cristo não permitirão que isso aconteça; não estais debaixo da lei, e simda graça. Não significa que Deus tenha abolido a sua lei moral (Rm 3.31;cf. Mt 5.17-19). A lei é boa e justa (Rm 7.12; cf. 1Tm 1.8); entretanto, comonão pode ser cumprida, ela amaldiçoa. Uma vez que não pode ajudar uma pessoa amanter o padrão moral de Deus (Rm 7.7-11), ela pode apenas mostrar o padrão e,assim, repreender e censurar aqueles que deixam de cumpri-la. Mas o cristão nãomais está debaixo lei como uma condição para ser aceito por Deus - uma condiçãoimpossível de cumprir e elaborada apenas para mostrar ao ser humano a suapecaminosidade (Rm 3.19-20; cf. Gl 3.10-13) - e sim, da graça, que permite aele cumprir, por completo, as justas exigências da lei (Rm 7.6; 8.3-4). O capítulo7 é o comentário final de Paulo a respeito dessa expressão crucial.

1 João2

15. Não ameis omundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não estánele.

- Não ameis o mundo. Emboramuitas vezes repita a importância do amor e que Deus é amor (Rm 4.7-8), Joãotambém revela que Deus odeia um determinado tipo de amor: o amor ao mundo (Jo15.18-20). Nessa passagem, João expressa um tipo particular da quarta prova (ouseja, a prova do amor). No sentido positivo, o cristão ama a Deus e aos outroscristãos. No sentido negativo, uma ausência de amor ao mundo deve ser acaracterística habitual da vida de amor daqueles que são consideradosgenuinamente nascidos de novo. "Amor" aqui significa afeto e devoção.É Deus, e não o mundo, que deve ter o primeiro lugar na vida do cristão (Mt10.37-39; Fp 3.20). o mundo. Não é uma referência ao mundo físico e material, masao sistema espiritual invisível do mal dominado por Satanás (2Co 10.3-5) e tudoo que ele oferece em oposição a Deus, à sua Palavra e ao seu povo (Rm 5.19; Jo12.31; 1Co 1.21; 2Co 4.4; Tg 4.4; 2Pe 1.4). o amor do Pai não está nele.Ou ele é um cristão genuíno cuja marca é o amor e a obediência a Deus ou um nãocristão em rebelião contra Deus, ou seja, apaixonado e escravizado pelo sistemamundano controlado por Satanás (Ef 2.1-3; Cl 1.13; Tg 4.4). Não há meio-termoentre essas duas alternativas para alguém que se diz nascido de novo. Os falsosmestres não tinham esse tipo de amor singular, mas se dedicavam à filosofia e àsabedoria do mundo, revelando, com isso, o seu amor pelo mundo e a sua condiçãode não salvos (cf. Mt 6.24; Lc 16.13; ITm 6.20; 2Pe 2.12-22).

16. Porque tudoo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e asoberba da vida, não é do Pai, mas do mundo.

- tudo que há no mundo. Cf.Tg 4.4. Embora as filosofias e ideologias do mundo, assim como muitas coisasque ele oferece, possam parecer atrativas e interessantes, isso é ilusão. Suanatureza verdadeira e comum é maligna, nociva, destrutiva e satânica. Suas teoriasmortais levantam-se contra o conhecimento de Deus e mantêm cativa a alma humana(2Co 10.3-5). concupiscência. Aqui, João usa o termo de maneira negativa comoreferência a um forte desejo por coisas más. came. O termo refere-se ànatureza pecaminosa do ser humano; o ser rebelde que é dominado pelo pecado emoposição a Deus (Rm 7.15-25; 8.2-8; Gl 5.19-21). Satanás usa o sistema malignodo mundo para incitar a carne; olhos. Satanás usa os olhos cornouma via estratégica para incitar desejos incorretos (Js 7.20-21 2Sm 11.2; Mt5.27-29). A tentação de Eva por parte de Satanás consistiu em atraí-la com algobelo na aparência, mas o resultado foi a morte espiritual (Gn 3.6,"agradável aos olhos"); a soberba da vida. A expressão tem aideia de arrogância por causa das circunstâncias que produzem altivez ouexagero, levando a pessoa a ostentar o que possui para impressionar outraspessoas (Tg 4.16). não procede do Pai. O mundo é o inimigo do cristão porque estáem rebelião e oposição a Deus, e sob o controle de Satanás (Rm 5.19; Ef 2.2;2Co 4.4 10.3-5). As três aberturas apresentadas, se permitirem acesso aopecado, resultam em tragédia. O cristão não somente deve rejeitar o mundo peloque ele é , mas também pelo que ele faz.

17. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aqueleque faz a vontade de Deus permanece para sempre.

- o mundo passa. O cristãotambém não deve amar o sistema satânico do mundo por causa da natureza temporáriadesse sistema. Ele está num processo contínuo de desintegração, seguindo para adestruição (Rm 8.18-22). aquele... que faz a vontade de Deuspermanece eternamente. Em contraste com o mundo passageiro, a vontadede Deus é permanente e imutável. Aqueles que obedecem à vontade de Deuspermanecem eternamente como seu povo. Enquanto Deus oferece a vida eterna aosseus filhos, a era presente está condenada (1Co 7.31; 2Co 4.18).

INTRODUÇÃO

Na jornada davida cristã nos deparamos com perigos que ameaçam a trajetória do nosso caminhopara o céu. Nela, encontramos três inimigos que buscam nos atrapalhar: o Diabo,a carne e o mundo. O Diabo e o mundo estão do lado externo de nossa trajetória;a carne, porém, está do lado de dentro: é a nossa natureza pecaminosa. Porisso, nesta lição, estudaremos esses três inimigos da Jornada da Vida Cristã.

- A carne, o mundo e o diabos são as fontes de tentações para o homem. Estesinimigos que serão estudados a partir de agora, nos darão uma visão bem clarade suas características. Além disso, e o que é mais importante, buscar asestratégias bíblicas para a guerra da qual todo cristão está obrigado aparticipar. Vamos com atenção e cuidado, analisar cada um destes inimigos, eassim, poderemos vislumbrar as reais possibilidades de vitória em nossa lutacontra o mundo, a carne e o diabo.

I. O PRIMEIRO INIMIGO DO CRISTÃO:O DIABO

1. O Diabo é real. A existênciado Diabo como pessoa é descrita desde o primeiro livro da Bíblia. No AntigoTestamento, as ações de Satanás são descritas em Gênesis, 1 Crônicas, Jó,Salmos, Isaías, Ezequiel e Zacarias. O Novo Testamento mostra a atuação doDiabo por cerca de 25 vezes das 29 passagens dos Evangelhos em que Jesus omenciona. Em seu ministério, nosso Senhor atesta a realidade de Satanás (Mt13.39; Lc 11.18).

- A Concordância de JamesStrong afirma que a palavra hebraica para SATANÁS é “SATAN (H7854)” e significa“ADVERSÁRIO” e aparece 27 vezes no Antigo Testamento. Encontramos hoje muitosensinando a inexistência de Satanás no Antigo Testamento, no entanto, podemosencontrar passagens bíblicas do Antigo Testamento que falam de Satanás como serpessoal, tais como alguns textos de Jó (1.6-9,12; 2.1-4,6-7), de Zacarias (3.1,2)e de 1 Crônicas (21.1). Além desses textos, é preciso incluir aqui a narrativada Serpente do Éden em Gênesis 3 (Leia Is 14.12-15; Ez 28.12-19). A concepçãopopular de um diabo com chifres, pés de cabra, e de aparência horrível teve suaorigem na mitologia pagã e não na Bíblia. De acordo com as Escrituras, Satanásera originalmente Lúcifer (literalmente, “o que leva luz”), o mais glorioso dosanjos. Mas ele, orgulhosamente, aspirou a ser “como o Altíssimo” e caiu na“condenação” (1Tm 3.6). Satanás perturba a obra de Deus (1Ts 2.18); opõe-se aoEvangelho (Mt 13.19; 2Co 4.4); domina, cega, engana e laça os ímpios (Lc 22.3;2Co 4.4; Ap 20.7, 8; 1Tm 3.7). Ele aflige (Jo 1.12) e tenta (1Ts 3.5) os santosde Deus. Ele é descrito como presunçoso (Mt 4.4, 5); orgulhoso (1Tm 3.6);poderoso (Ef 2.2); maligno (Jo 2.4); astuto (Gn 3.1 e 2Co 11.3); enganador (Ef6.11); feroz e cruel (1Pe 5.8).

2. A descrição de Satanás. AsEscrituras Sagradas descrevem Satanás como um ser espiritual que pertencia auma ordem angelical dos querubins, sendo o mais exaltado deles (Ez 28.12,14).Em Judas 9, por ele pertencer a uma ordem elevada, está registrado que oArcanjo Miguel contendeu com Satanás a respeito do corpo de Moisés, mas nãoousou pronunciar juízo de maldição contra ele. De fato, Satanás é o chefe dosanjos caídos. Ele possui poder, porém, suas ações estão limitadas, mas é vistocomo o deus deste século, o príncipe da potestade do ar (2 Co 4.4; Ef 2.2).Também podemos afirmar que Satanás é um ser que possui personalidade, ou seja,ele tem inteligência (2 Co 11.3), raiva (Ap 12.17), desejos (Lc 22.31) evontade própria (Is 14.13,14; 2 Tm 2.26). Nosso Senhor considerava Satanás comouma pessoa e, por isso, usou pronomes pessoais para se referir a ele (Mt4.1-12; cf. Jó 1.6-12; 2.1-4).

- Em Ezequiel 28.12-14, oSenhor levou Ezequiel a dirigir ao rei como aquele que receberia o castigodivino, mas claramente o poder por trás dele era Satanás. Essa frase deve serassociada a Satanás como tendo sido perfeito em beleza angélica antes que serebelasse contra Deus. Porém, ela também pode estar associada à"perfeição" do mesmo contexto do empreendimento de Tiro, mais elevadaem sua área de atuação comercial no mundo antigo, gloriosa em seusempreendimentos marítimos (27.21 e como uma cidade distribuidora de coroas (ls23.8), ou seja, "perfeita" como Jerusalém também é dita ser (16.14;Lm 2.15). O texto ainda afirma a sabedoria de Satanás como um anjos à sabedoriade Tiro (habilidade) para os negócios (cf. 27.8-9; 28.1- 28.13 Estavas no Éden.Isso pode se referir a Satanás no jardim do Éden (Gn 3.1-15). Também retrata ariqueza que Satanás possuía (Gn 2.12). É mais provável que Satanás tivesse todaessa riqueza e beleza, sabedoria e perfeição quando da sua criação, do que esserei terreno no seu nascimento. Ele foi o querubim... ungido, isso dizrespeito a Satanás em seu exaltado privilégio como um anjo guardião (ou seja,alguém que cobre) do trono de Deus, como um querubim que guardava o Éden (Gn3.24). Originalmente, Satanás tinha acesso livre e permanente à gloriosapresença de Deus. Foi estabelecido pela soberana permissão de Deus, nomonte santo. Um alto privilégio está em vista, seja referindo-se aSatanás que se acha na presença de Deus em seu reino ou ao monarca de Tiro,descrito numa analogia pitoresca, assim como a Assíria pode ser descrita comosendo um cedro do Líbano (Ez 31.3) para transmitir a imagem de alguém que estánuma posição elevada. O versículo 15 afirma: “Perfeito eras nos teus caminhos”, esse versículo não pode serperfeitamente aplicado ao rei de Tiro, mas é exato a respeito de Satanás antesde sua queda em pecado, até que se achouiniquidade em ti. O pecado do orgulho de Satanás (Is 14.14; 1Tm 3.6) está emvista aqui.

- “O mais próximo que aBíblia chega de descrever a aparência de Satanás e os demônios é em 2 Coríntios11:14: “o próprio Satanás se transforma em anjo de luz.” Os versículos ao redorreferem-se aos servos humanos de Satanás disfarçando-se de "apóstolos deCristo" e "servos da justiça". No contexto, essas descriçõesestão se referindo a falsos mestres. Mas o princípio certamente se aplica aosdemônios também. Um problema - e é um grande problema - ao tentar descrevercomo Satanás e os demônios se parecem é que eles são espíritos. Os espíritossão, por definição, não físicos e é impossível atribuir características físicasa uma entidade não física. Como seres espirituais, os demônios não têm nariz,olhos, mãos, pés, cauda ou qualquer outra coisa que possamos procurar aoesboçar uma descrição. Essa é uma razão pela qual a Bíblia nunca descreve aaparência de Satanás. Mesmo a descrição do “anjo de luz” em 2 Coríntios 11:14não pretende ser um esboço de sua aparência; antes, significa enfatizar anatureza enganosa de Satanás. O diabo quer que acreditemos que ele é a verdade,quando na realidade ele é a mentira. Agora que estabelecemos que Satanás é umanjo, um ser espiritual, sem nenhuma semelhança física que possa ser apreendidapor nossos sentidos, podemos fazer algumas suposições. Se Satanás decidir fazeruma aparição física - se ele se manifestar a nós visivelmente - ele o fará demaneira enganosa. O retrato comum da cultura pop de Satanás como uma besta deaparência assustadora e parecida com uma cabra com chifres não é encontrado naBíblia. Antes de sua rebelião contra Deus, Satanás era um ser lindo e glorioso(veja Ezequiel 28:12–15). Como Satanás “se parece” agora é um mistério. Combase em 2 Coríntios 11:14, porém, podemos ter certeza de uma coisa: Satanásengana as pessoas fazendo-as pensar que ele é um anjo de luz. Satanás serevelando como o ser mau e assassino que realmente é seria, na verdade,contraproducente. A maioria das pessoas não seguiria o maníaco odioso emalicioso das representações convencionais. Assim como o pecado geralmenteparece atraente no início - só mais tarde revelando que leva à morte - Satanástentaria nos enganar aparecendo como algo diferente do mal. O mesmo éprovavelmente verdadeiro para os demônios. Como se parecem os demônios? Ninguémna Bíblia jamais chegou a ver um fora das visões divinas de Micaías e João;Micaías não forneceu detalhes visuais, e João, usando simbolismo apocalíptico,escreveu sobre espíritos “semelhantes a rãs” (veja 1 Reis 22:21–22 e Apocalipse16:13). Se os demônios assumissem uma forma visível, eles escolheriam o quequer que aumentasse seu engano. Como anjos caídos, os demônios são seresinteligentes e poderosos. E eles são guiados por talvez a mais poderosa dascriaturas (Judas 1:9), Satanás, cujo exemplo seguem. Os demônios aparecendocomo os seres malignos que realmente são impediria sua missão de engano etentação. Qual é a aparência de Satanás? Como os demônios se parecem? Não hácomo saber com certeza. Se aparecessem a nós hoje, eles fariam um baile demáscaras. A decepção sempre usa uma máscara. Satanás e os demônios tentam seapresentar como servos, guias e “luz” para as pessoas. Mas, não se engane, “oladrão vem somente para roubar, matar e destruir” (João 10:10). Não importa oque Satanás gostaria que pensássemos sobre ele, sabemos a verdade: “Sedesóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leãoque ruge procurando alguém para devorar” (1 Pedro 5:8). E sabemos o seu fim: “Efoi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, osedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seusanjos” (Apocalipse 12:9).https://www.gotquestions.org/Portugues/Satanas-demonios-parece.html.

3. A identidade do Inimigo. Podemosconhecer o Inimigo por meio dos nomes que a Bíblia usa para descrevê-lo:Serpente, refere-se a sua sagacidade e astúcia (Gn 3.1; Ap 12.9); Satanás,mencionado 52 vezes, adversário ou opositor (Zc 3.1; Mt 4.10; Ap 20.2); Diabo,aparece 35 vezes, acusador (Mt 4.1; Ef 4.27); Maligno, revela o seu caráter (1Jo 5.18,19); Dragão Vermelho, revela sua ferocidade (Ap 12.3,7,9,10); Tentador,ação tentadora no campo da mentira e da imoralidade (At 5.3; 1 Co 7.5);Enganador (Ap 12.9; 20.2,3); Belzebu, chefe dos demônios (Lc 11.15); Belial,pessoa má, sem valor (Jz 19.22; 1 Sm 30.22; 2 Co 6.15). Esses nomes revelam umanatureza cruel, perversa e destruidora do nosso inimigo.

- A serpente em Gênesiscapítulo 3 era Satanás. Satanás ou estava aparecendo como uma serpente, oupossuindo o corpo da serpente, ou enganando Adão e Eva ao levá-los a acreditarque era a serpente que estava falando com eles. Serpentes/cobras não possuem a capacidadede falar. Apocalipse 12.9 e 20.2 ambos descrevem Satanás como uma serpente."Ele segurou o dragão, a antigaserpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos" (Ap 20.2)."E foi expulso o grande dragão, aantiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim,foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos" (Ap 12.9)."Diabo"vem do verbo grego que significa "difamar" ou "acusarfalsamente". Ele é mentiroso e maligno (Jo 8.44; 1Jo 3.8). Suas acusaçõescontra os crentes (v. 10) não são bem-sucedidas por causa de Cristo, o nossoAdvogado (1Jo 2.1). Satanás, que significa "adversário" ou"inimigo", aparece especialmente em Jó e nos Evangelhos. Sedutor detodo o mundo. Assim como fez durante toda a história da humanidade, Satanástambém seduzirá pessoas durante a tribulação (cf. Ap 13.14; 20.3; Jo 8.44).Após ser solto temporariamente do poço do abismo no final do milênio, eleretomará por um breve tempo suas atividades sedutoras (Ap 20.8,10). O acusador.Satanás não mais acusará os crentes diante do trono de Deus porque não terámais acesso ao céu. Satanás se tornou o governante deste mundo que funcionalonge de Deus, e o príncipe das potestades do ar (Jo 12.31; 2Co 4.4; Ef 2.2).Ele é um acusador (Ap 12.10), um tentador (Mt 4.3; 1Ts 3.5) e um enganador (Gn3; 2Co 4.4; Ap 20.3). Seu próprio nome significa adversário ou “o que se opõe”.

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Deus em Cristo retribua.

Tudo o quefizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens,sabendo que receberão do Senhor a recompensa da herança. É a Cristo, o Senhor,que vocês estão servindo” (Cl 3:23-24).

II. O SEGUNDO INIMIGO DO CRISTÃO:A CARNE

1. Conceito bíblico de carne. Há quatrodefinições para a palavra “carne” na Bíblia: 1) o tecido muscular do corpohumano e dos animais (Gn 2.21); 2) о corpo humano inteiro (Ex 4.7); 3) o serhumano segundo a sua fragilidade e mortalidade (Sl 78.39); 4) a natureza humanapecaminosa (Gl 5.19; 6.8). Dentre muitas perspectivas da palavra carne naBíblia, a expressão “concupiscência da carne” tem grande relevância (1 Jo2.16). Quando o apóstolo João usa esse termo, ele se refere à satisfação carnalem todas as suas dimensões: glutona- rias, sensualidade, bebedeira, relaçõessexuais ilícitas. A expressão revela que não há critério ou norma moral numcontexto em que a busca pelo prazer individual dita a tendência. É o egoísmo emgrau elevado.

- Carneno Antigo Testamento designa:

(1) uma parte particular do corpo do homem edos animais (Gn 2.21; 41.2; Sl 102.5);

(2)todo o corpo (Sl 16.9);

(3)todos os seres vivos tendo carne, e particularmente a humanidade como um todo(Gn 6.12-13);

(4)mutabilidade e fraqueza (2Cr 32.8; compare com Is 31.3; Sl 78.39). Comosugerindo a ideia de maciez, ela é usada na expressão “coração de carne” (Ez 11.19).A expressão “minha carne e osso” (Jz 9.2; Is 58.7) significa relacionamento.

- No Novo Testamento, além destes,também é usada para designar o elemento pecaminoso da natureza humana emoposição ao “Espírito” (Rm 6.19; Mt 16.17). Estar “na carne” significa não serrenovado (Rm 7.5; 8.8-9), e viver “segundo a carne” é viver e agirpecaminosamente (Rm 8.4-5,7,12). Esta palavra também denota a natureza humanade Cristo (Jo 1.14, “o Verbo se fezcarne”. Também 1Timóteo 3.16; Romanos 1.3).Algumas pessoas pensam que o mundanismo estálimitado ao comportamento exterior — as pessoas com quem nos associamos, oslugares que frequentamos, as atividades que apreciamos. O mundanismo é tambéminterior, porque começa no coração, e é caracterizado por três atitudes: (1) acobiça pelo prazer físico — a preocupação com a satisfação dos desejos físicos;(2) a cobiça por tudo o que vemos — almejar e acumular coisas, curvando-se aodeus do materialismo; e (3) o orgulho das nossas posses — obsessão pelacondição, posição ou por ser importante. Quando a serpente tentou Eva (Gn 3.6),tentou-a nestes aspectos. Semelhantemente, quando o Diabo tentou Jesus no deserto,estas foram as três áreas de ataque (ver Mt 4.1-11). Em contraste, Deus estimao autocontrole, um espírito de generosidade, e o compromisso de servir comhumildade. É possível dar a impressão de evitar os prazeres mundanos e ao mesmotempo abrigar atitudes mundanas no coração. É também possível, como Jesus, amaros pecadores e dedicar-lhe tempo, enquanto mantemos um forte compromisso com osvalores do Reino de Deus. Quais são os valores mais importantes para você? Suasações refletem os valores de Deus ou os valores do mundo?(Bíblia deEstudo Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2003, p.1783-84).

2. A Carne no Novo Testamento. Naperspectiva do Novo Testamento, o termo grego sarx, isto é, “carne”, é umareferência direta à totalidade da natureza humana pecaminosa, à parte – deDeus, degradada, sem a presença do Espírito Santo. Em suas cartas, o apóstoloPaulo evidencia o que uma natureza dominada pela carne pode produzir (Gl5.19-21; Cl 3.5,9). A carne opõe-se a Deus e aos seus propósitos, pois elatenciona caminhar de modo independente do Altíssimo; seu desejo e vontade estãofora dos planos divinos, ela faz com que o ser humano aja como se fosse opróprio Deus.

- A palavra grega para"carne" no Novo Testamento é sarx, um termo que pode muitas vezes nasEscrituras referir-se ao corpo físico. No entanto, A Greek-English Lexicon ofthe New Testament and Other Early Christian Literature (léxico grego-inglês)descreve a palavra desta forma: "o corpo físico que funciona como umaentidade; no pensamento de Paulo especialmente, todas as partes do corpoconstituem uma totalidade conhecida como carne, a qual é dominada pelo pecado atal ponto que onde quer que a carne esteja, todas as formas de pecado estãoigualmente presentes e nenhuma coisa boa pode viver." A Bíblia deixa claroque a humanidade não começou assim. O livro de Gênesis diz que a humanidade foicriada originalmente boa e perfeita: "E disse Deus: Façamos o homem ànossa imagem, conforme a nossa semelhança.... Criou, pois, Deus o homem à suaimagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou" (Gênesis1:26-27). Porque Deus é perfeito, e porque um efeito sempre representa a suacausa em essência [isto é, um Deus totalmente bom só pode criar coisas boas, oucomo Jesus disse: "Uma árvore boa não pode dar maus frutos" (Mateus7:18)], Adão e Eva foram criados bons e sem pecado. Entretanto, quando Adão eEva pecaram, sua natureza foi corrompida e repassada aos seus descendentes:"Adão viveu cento e trinta anos, e gerou um filho à sua semelhança,conforme a sua imagem, e pôs-lhe o nome de Sete" (Gênesis 5:3, ênfaseadicionada). O fato da natureza pecaminosa é ensinado em muitos lugares naEscritura, como a declaração de Davi: "Eis que eu nasci em iniquidade, eem pecado me concedeu minha mãe" (Salmo 51:5). Davi não quer dizer que foio produto de um caso de adultério, mas que seus pais passaram uma naturezapecaminosa para ele. Na teologia, isso é às vezes chamado da visão"traduciana" (do termo latino que significa "de um ramo")da natureza humana. A visão traduciana é que a alma de uma pessoa é criadaatravés de seus pais, com a criança herdando a sua natureza pecaminosa noprocesso. A visão bíblica da natureza humana difere da filosofia grega em que aEscritura diz que a natureza física e espiritual da humanidade eraoriginalmente boa. Por outro lado, filósofos como Platão viram um dualismo oudicotomia na humanidade. Tal pensamento eventualmente produziu uma teoria deque o corpo (o físico) era ruim, mas o espírito de uma pessoa era bom. Esteensinamento influenciou grupos como os gnósticos, os quais acreditavam que omundo físico foi erroneamente criado por um semi-deus chamado de"Demiurgo". Os gnósticos se opuseram à doutrina da encarnação deCristo porque acreditavam que Deus nunca tomaria uma forma física, já que ocorpo era mal. O apóstolo João encontrou uma forma de este ensino em seus diase advertiu contra ele: "Amados, não creiais a todo espírito, mas provai seos espíritos vêm de Deus; porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo.Nisto conheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristoveio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não é deDeus; mas é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido quehavia de vir; e agora já está no mundo" (1 João 4:1-3). Além disso, osgnósticos ensinavam que não importava o que uma pessoa fazia em seu corpo, umavez que o espírito era tudo que importava. Este dualismo platônico teve o mesmoefeito no século primeiro como tem hoje - leva ao ascetismo ou àlicenciosidade, ambos os quais a Bíblia condena (Colossenses 2:23; Judas 4). Assim,ao contrário do pensamento grego, a Bíblia diz que a natureza da humanidade, tantono plano físico quanto no espiritual, era boa, mas ambos foram prejudicadospelo pecado. O resultado final do pecado é uma natureza muitas vezes mencionadacomo a "carne" na Escritura - algo que se opõe a Deus e busca asatisfação pecaminosa. O pastor Mark Bubek define a carne desta forma: "Acarne é uma lei embutida para o fracasso, o que torna impossível que o homemnatural agrade ou sirva a Deus. É uma força interior compulsiva herdada daqueda do homem, a qual se expressa em rebelião geral e específica contra Deus eSua justiça. A carne nunca pode ser reformada ou melhorada. A única esperançapara escapar da lei da carne é a sua execução total e substituição por uma novavida no Senhor Jesus Cristo." Continue lendo em: https://www.gotquestions.org/Portugues/a-carne.html.

3. A perspectiva doutrinária da palavracarne.Doutrinariamente, a “carne” é a natureza humana depois da queda de Adão. Comovimos, a expressão “carne” pode ser usada para se referir ao corpo humano (1 Co15.39), mas também à natureza pecaminosa (Rm 8.6). Nesse sentido, embora umamesma palavra possa trazer sentidos diferentes, não há razão de confundir-seentre “carne” como corpo e “carne” como natureza pecaminosa, pois o que éproduzido pela natureza pecaminosa, logo, é reconhecido como por exemplo: aidolatria é uma obra da carne, ou seja, da natureza humana pecaminosa (Gl5.20).

- Viver segundo a naturezafísico-material a fim de satisfazer os impulsos que parecem ao próprio serhumano. A dualidade do bem e do mal, nas regiões celestiais, no mundo, nasdimensões espirituais e até mesmo em cada ser humano é uma grande realidade.Para obtermos a vitória devemos estar em contato com o Espírito do Deus vivo,sendo esse o único meio de obter a santidade nessa luta. E devemos ainda lançarmão de vários outros meios como o: "Estudo das Escrituras, a oração e ameditação, mas tais coisas desacompanhadas do poder pessoal do Espírito Santo,nunca conseguirão propiciar-nos a vitória sobre o pecado". As obras dacarne são claramente definidas, sendo tão bem conhecidas como são os diversosaspectos do fruto do Espírito. Sendo esse o caso, todos deveriam facilmentetomar consciência do que deve ser evitado e do que deve ser cultivado. Não émister nenhuma pesquisa elaborada para que fique demonstrado o que significacumprir as concupiscências da carne. Continue lendo em: https://auxilioebd.blogspot.com/2017/01/licao-3-o-perigo-das-obras-da-carne_12.html.

III. O TERCEIRO INIMIGO DOCRISTÃO: O MUNDO

1. Perspectivasbíblicas da palavra “mundo”. Há cinco conotações bíblicas para a palavramundo:

1) a terra(Sl 24.1);

2) o conjuntodas nações conhecidas (1 Rs 10.23);

3) a raçahumana (Sl 9.8; Jo 3.16);

4) o universo(Rm 1.20);

5) os que seopõem a Deus. Esses têm o Diabo como chefe e vivem na impiedade (Jo 12.31;15.18). De modo geral, a Bíblia usa a palavra “mundo” para descrever duas grandesrealidades:

a) o planetaTerra em que habitamos (SI 19.4);

b) as pessoasque vivem de maneira independente de Deus.

A passagem de1 João 2.15, quando diz para “não amarmos o mundo”, a ideia é a de umasociedade separada de Cristo e que se manifesta contrariamente a Deus, poisestá dominada pelos vícios mais infames, e cujas ações não condizem com avontade de Deus. Na epístola, esses vícios são classificados em três níveis:concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida.

- Na Bíblia, o termo""mundo"" pode ser entendido de várias maneiras: Mundofísico: Refere-se à criação material, incluindo a terra, os céus, os animais ea natureza em geral. Mundo humano: Refere-se à humanidade como um todo,incluindo todas as pessoas que habitam a terra. o estudarmos o tema mundo, émuito importante que entendamos os vários usos dessa palavra na Bíblia. Há,pelo menos, três usos principais.

1. O universo: - Este é o mundo bonito criadopor Deus – “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe” (At 17.24). “OVerbo (Jesus) estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele” (Jo1.10).

2. Todos os seres humanos: - Sendo o homem aparte mais importante do universo, a palavra “mundo” é mais usada parasignificar “a humanidade”. Foi este mundo de homens e mulheres de carne esangue que “Deus amou” (Jo 3.16) e para o qual “enviou seu filho” … “para que omundo creia…” (Jo 17.21).

3 O mundo em oposição a Deus: - O mundo queDeus criou para refletir a Sua glória está em rebelião contra Deus; pelo pecadode um só homem, o pecado entrou no mundo com as suas consequências desastrosas.Agora é um mundo desordenado – confuso – e licencioso que jaz no Maligno (1Jo5.19). Por causa disso, no Novo Testamento, frequentemente a palavra mundo (kosmos)tem um significado sinistro. É dito que Paulo recebeu uma revelação especial arespeito da Igreja, enquanto o evangelista João recebeu uma revelação especiala respeito da natureza do mundo. Kosmos é uma palavra peculiar de João, que aemprega 105 vezes nos seus escritos.

Mundo

Este é o termo costumeirousado na tradução do termo grego kósmos em todas as ocorrências nas EscriturasGregas Cristãs, exceto em 1 Pedro 3:3, onde é vertido “adorno”. “Mundo” podesignificar (1) a humanidade como um todo, à parte da sua condição moral ou modode vida, (2) a estrutura das circunstâncias humanas em que a pessoa nasce e emque vive (e, neste sentido, é às vezes bastante similar ao termo grego aión,“sistema mundial”), ou (3) as massas da humanidade à parte dos servos aprovadosde Deus.

A King James Version (VersãoRei Jaime) usa a palavra “world” (“mundo”) não só para traduzir kósmos, mastambém mais três palavras gregas, em algumas das suas traduções destas (ge;aión; oikouméne) e cinco diferentes palavras hebraicas (’érets; hhédhel;hhéledh; ‛ohlám; tevél). Isto resulta numa mistura ofuscante e confusa desentidos, que torna difícil obter o entendimento correto dos textos envolvidos.Traduções posteriores serviram para elucidar consideravelmente esta confusão.

A palavra hebraica ’érets e agrega ge (da qual derivam as palavras “geografia” e “geologia”) significam“terra; chão; solo” (Gên 6:4; Núm 1:1; Mt 2:6; 5:5; 10:29; 13:5), embora, emalguns casos, talvez representem em sentido figurado as pessoas da terra, comono Salmo 66:4 e em Apocalipse 13:3. Tanto ‛ohlám (hebr.) como aión (gr.) serelacionam basicamente com um período de duração indefinida. (Gên 6:3; 17:13;Lu 1:70) Aión pode também significar o “sistema mundial” que caracterizadeterminado período, era ou época. (Gál 1:4) Hhéledh (hebr.) tem um sentidoalgo similar e pode ser traduzido por termos tais como “duração da vida” e“sistema de coisas”. (Jó 11:17; Sal 17:14) Oikouméne (gr.) significa “terrahabitada” (Lu 21:26), e tevél (hebr.) pode ser traduzido por “solo produtivo”.(2Sa 22:16) Hhédhel (hebr.) ocorre apenas em Isaías 38:11, e na versão Almeidaé traduzido por “mundo” na expressão “moradores do mundo”. The Interpreter’sDictionary of the Bible (O Dicionário Bíblico do Intérprete; editado por G.Buttrick, 1962, Vol. 4, p. 874) sugere a tradução “habitantes de (o mundo de)cessação”, salientando que a maioria dos peritos são a favor do texto de algunsmanuscritos hebraicos em que ocorre hhéledh em lugar de hhédhel. A visão nessatradução reza “habitantes da [terra da] cessação”.https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2009/09/significado-da-palavra-mundo-na-biblia.html#google_vignette.

2. Três níveis de vícios infames. Asconcupiscências da carne, dos olhos e a soberba da vida são níveis de víciosinfames que todo cristão encontrará diante de sua jornada:

a) Aconcupiscência da carne. A concupiscência da carne tem a ver com a naturezahumana completamente dominada pelo pecado, corrompida, decaída, todo ato docorpo para fins maléficos e imorais.

- A cobiça da carne. Aconcupiscência da carne é a falta de domínio sobre os desejos carnais. Aspessoas que se entregam à cobiça da carne tornam-se escravas de pecados, comopor exemplo, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias (Gl5.19,20). Porém, “os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixõese concupiscências” (Gl 5.24). O cristão deve ter domínio sobre a naturezahumana, caída e pecaminosa. Algumas pessoas atribuem suas condutas imoraissomente à ação de Satanás, mas o apóstolo Tiago deixa bem claro que elascometem pecados motivadas pelos próprios pecados: “Mas cada um é tentado,quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência” (Tg 1.14).

b) Aconcupiscência dos olhos. A concupiscência dos olhos tem a ver com tudo o queenvolve a mente e a imaginação.

Ela cria odesejo pelas coisas pecaminosas oferecidas pela mídia, música, filmes, literatura,a arte para ceder aos desejos carnais.

- A cobiça dos olhos. Os olhossão considerados as janelas da alma. Se controlados e conduzidos pelosinteresses individuais e egoístas, podem levar o ser humano a uma cobiçadesenfreada e ao afastamento da vontade de Deus. A Bíblia narra algunsepisódios de pessoas que, devido à cobiça dos olhos, atraíram para siresultados desastrosos. Observe:

a) Adão e Eva.A narrativa da criação apresenta a entrada do pecado no mundo tendo sua origemna cobiça dos olhos. A ambição dos olhos conduziu à desobediência (Gn 3.6,7);

b) Acã. Durantea conquista liderada por Josué, Acã avista entre os despojos de guerra umalinda capa babilônica, vindo a cobiçá-la e tomá-la para si. Toda a comunidadefoi prejudicada (Js 7.20,21);

c) Davi. Quandoestava em um lugar que não deveria estar, vê uma formosa mulher (casada)tomando banho. Ele a cobiça, comete adultério e depois um assassinato (2Sm11.1-4). Esses exemplos têm-se repetido na vida de muitas pessoas que não estãoatentas ao risco da cobiça dos olhos.

c) A soberbada vida. Esse nível de vício expressa a autoglorificação do homem no pecado,denotando seu egoísmo, vanglória e ateísmo. É o homem da atualidade desprezandoo Criador em oposição deliberada.

- A soberba da vida. Pessoasfamosas acabam influenciando outras, em especial a juventude. Jovens tambémquerem, a todo custo, fama, dinheiro e prestígio. Aquele que não tem o temor deDeus busca a ostentação pretensiosa a qualquer preço, se precisar renuncia àprática da honestidade, da integridade para buscar “poder” e “glamour”. O mundoconsumista da atualidade, que valoriza o ter em detrimento do ser, tem grandeinfluência no comportamento das pessoas. Mas o maior e melhor modelo a serseguido é Jesus, que mesmo sendo Deus, viveu neste mundo e jamais pecou, tendouma vida simples e humilde, amando e indo ao auxílio das pessoas desfavorecidas(Fp 2.6-11).

3. Vencendo o mundo. Há um sistemacarnal que age sob o controle do Maligno, que busca nos remover do caminho queleva ao céu por meio de ideologias anticristãs, estilos de vidas que nãoglorificam a Deus e formas contrárias aos valores do Evangelho. Para venceressas investidas é preciso ter uma vida cheia do Espírito (Ef 5.18). É precisotambém viver plenamente em Cristo Jesus, fazendo a vontade de Deus (Mt 7.21).Sendo assim, precisamos nos sujeitar a Ele, resistir ao Diabo, pois temos asublime promessa: “ele fugirá de vós” (Tg 5.7).

- 1 João 5.4–5 diz: “porque todo o que é nascido de Deus vence omundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence omundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?”. Por “vencer omundo”, João não está dizendo conquistar as pessoas deste mundo, ganhandobatalhas de poder acima de nossos colegas, ou dominando o próximo. Nem estariaJoão dizendo que nos retiramos do mundo, como os monges ou as pessoas Amish(grupo religioso anabatista) tendem a fazer, estabelecendo suas própriascomunidades. O cristão é chamado a lutar neste mundo, ainda que não seja destemundo. Fugir do mundo seria como o soldado evitar ser ferido, fugindo do campode batalha. A fuga não é vitória. Vencer também não quer dizer santificar tudodo mundo por Cristo. Algumas partes do mundo poderão ser redimidas por Cristo,mas as atividades pecaminosas não podem ser santificadas. Para João, vencersignifica lutar pela fé contra o fluxo deste mundo presente e mau. Quer dizersubir acima do pensamento desse mundo e seus costumes pecaminosos. Significaperseverar na liberdade em Cristo, longe da escravidão mundana. Significa lutarpor aliança com Deus e não com o mundo. Quer dizer encontrar a liberdadesomente em Cristo e no seu serviço, de modo que cantemos com o salmista: Sou, óSenhor, teu servo, atado, mas livre, filho de tua serva, cujas correntes tuquebraste. Redimido pela graça, renderei como sinal de minha gratidão, meuconstante louvor a ti. Significa ser levantado acima das circunstâncias destemundo, para que, como Paulo, aprendamos a viver contentes em toda situação emque nos encontramos, sabedores de que todas as coisas cooperam juntamente parao bem daqueles que amam a Deus (Rm 8.28). Significa ancorar nossa vida emCristo e nas coisas eternas, em vez de neste mundo e nas coisas temporais —viver por Cristo, acima das ameaças e subornos e piadas do mundo. Significaseguir o Senhor como Calebe (Nm 14.24) no meio de gente que só faz reclamações.Significa permanecer em paz quando amigos ou colegas de trabalho nos desprezampor servirmos ao Senhor. Vencer o mundo pela fé significa viver uma vida denegar a si mesmo. Uma vida de autonegação, muitas vezes, significa quemorreremos muitas mortes agora, enquanto servimos a Deus neste mundo. Vencer omundo pela fé significa suportar pacientemente todas as perseguições que omundo lança contra nós. Spurgeon advertiu: “Vença o mundo suportandopacientemente toda a perseguição que vier em seu caminho. Não fique zangado;não desanime. A zombaria não quebra os ossos; se por acaso tiver algum ossoquebrado por amor de Cristo, este será o osso mais honrado de todo seu corpo”. “Nóscristãos devemos considerar como grande alegria o sermos perseguidos por amorde Cristo”. Texto extraído e adaptado do livro: Lutando contra Satanás,págs. 133 a 135, escrito por Joel R. Beeke. Editora Fiel.

CONCLUSÃO

O apóstoloPedro nos adverte a respeito do plano do inimigo em nos tragar (1 Pe 5.8) com oobjetivo de destruir a obra realizada por Cristo em nossas vidas. Ele querenfraquecer a nossa caminhada rumo aos céus. A ação diabólica é feita medianteaos ataques do Inimigo. Então, para não ceder aos seus ardis, precisamos viverconstantemente sob a presença do Espírito Santo, preparados e fortalecidos emDeus (Gl 5.16; Ef 6.10).

- Estudamos um pouco sobrenossos três inimigos. Destes três, a maioria de nós acredita ser o diabo omaior. No entanto, gostaria de contrapor esse pensamento. Pedro fala de Satanáscomo o nosso “inimigo” e um “leão que ruge” (1 Pedro 5.8), e Paulo escrevesobre nossa batalha contra as “forças espirituais” (Efésios 6.12), mas quandoAdão nos colocou em rebelião contra Deus, sua desculpa de que “o diabo me fezfazer isso” não colou. Adão e Eva deixaram de se deleitar em Deus. Claro, haviaum inimigo externo, mas foi a fé deles, sua vida interior, que foi maisimportante, levando-os à queda. Se quisermos saber quem é o pior inimigo(aquele que poderia nos destruir eternamente, se não fosse a graça sustentadorade Deus), então temos de olhar no espelho. Fazer isso não será fácil; serádesconfortável. Mas uma boa olhada em nossas próprias almas e no pecado quehabita em nós pode identificar este câncer enquanto há tempo. E, se istoacontecer, podemos louvar a Deus por termos o evangelho para nossa cura. SusanaWesley, mãe de John e Charles Wesley, dois grandes pregadores e escritores dehino, descreveu o pecado e a carne desta forma: "Tudo que enfraquece o seuraciocínio, prejudica a ternura de sua consciência, obscurece o seu sentido deDeus ou tira o seu prazer por coisas espirituais, em suma - se qualquer coisaaumenta a autoridade e o poder da carne sobre o Espírito, isso para você setorna pecado independentemente de quão bom seja em si." Um dos objetivosda vida cristã é a vitória do Espírito sobre a carne e uma mudança de vida quese manifesta na vida justa diante de Deus. Embora a luta seja muito real (o quea Bíblia deixa claro), os cristãos têm a garantia de Deus de que Ele vaieventualmente dar vitória sobre a carne. "Tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra aaperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo" (Fp 1.6).

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Pb FranciscoBarbosa (@Pbassis)

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REVISANDO O CONTEÚDO

1. O que o Senhor Jesus atestou emseu ministério?

Em seu ministério, nosso Senhor atesta a realidade de Satanás (Mt 13.39;Lc 11.18).

2. Cite ao menos três nomes em quepodemos conhecer o Inimigo na Bíblia.

Serpente, adversário e Maligno.

3. O que a expressão “concupiscênciada carne” revela?

A expressão revela que não há critério ou norma moral num contexto em quea busca pelo prazer individual dita a tendência. É o egoísmo em grau elevado.

4. Qual a perspectiva do NovoTestamento em relação a palavra grega sárx, ou seja, carne?

Na perspectiva do Novo Testamento, o termo grego sárx, isto é, “carne”, éuma referência direta à totalidade da natureza humana pecaminosa, à parte deDeus, degradada, sem a presença do Espírito Santo.

5. De acordo com a lição, quais sãoos três níveis de vícios infames?

A concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba davida.

EBD ADULTOS | Lição 5 - Os Inimigos do Cristão | 2° Trimestre de 2024 (2024)
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